sexta-feira, 27 de agosto de 2010

De volta ao lar e considerações.

Nossa aventura acabou. Já estamos de volta ao lar e à rotina.
Saímos de Paris às 23:30h do dia 20/08. O vôo foi tranquilo, André dormiu logo que entramos, mas não conseguiu se acomodar no assento, tive que dormir com ele no meu colo mesmo. Como ele gosta de dormir de bruços, dormis e logo acordava chorando querendo virar. Acabei me esticando nos dois assentos (meu e dele) e me recostando na janela e coloquei ele deitado em cima de mim.
Chegamos bem no Rio, fizemos umas comprinhas no duty free e fomos para casa exaustos. André dormiu no taxi de volta e quando acordou levou um susto por estar em casa, mas parecia muito feliz. Percorreu todos os cômodos, brincou com todos os seus brinquedos, parecia estar fazer um "re-conhecimento" da área.
Bom, agora já estamos de volta ao trabalho e Andrpe de volta à creche (chorou nos primeiros dias) e parece que a viagem já foi há muuiiito tempo...
Mas vou aproveitar para fazer uma avaliação geral.

O itinerário

Nosso itinerário foi o seguinte:
03/08 a 08/08 - Paris (apartamento mobiliado)
08/08 a 11/08 - Brugge/Bélgica (casa da Marianne e Eric, casal que já havíamos hospedado pelo Hospitality Club)
11/08 a 14/08 - Dendermonde/Bélgica (casa da Lieke e Peter e seus 4 filhos, via Couchsurfing)
14/08 a 17/08 - Colônia/Alemanha (casa da Britta e Heleno e filhos, via Couchsurfing)
17/08 a 18/08 - Bouillon/Bélgica (Hotel Panorama)
18/08 a 20/08 - Paris (apartamento mobiliado)

Bom, o itinerário foi bem bacana e tranquilo de cumprir com o André. As distâncias foram curtas o suficiente e o tempo que escolhemos para cada local foi adequado. A escolha dos locais foi mais baseada na possibilidade de ficar com pessoas bacanas do que pelos locais em si. Sabíamos que queríamos um vôo direto e depois distâncias curtas. Então começamos por Paris e partimos de lá para escolher os locais.

A Hospedagem

Variar entre couchsurfing e hotel é sempre uma boa opção. O hotel/aparatamento te dá mais privacidade e liberdade, mas ficar com pessoas bacanas tem muitas vantagens, principalmente com crianças! Por exemplo: pudemos comer comida caseira, André tinha companhia e brinquedos, você tem apoio e dicas de pessoas locais, há troca de experiências. Teve um dia em Colônia que choveu muuiiito, imagine ficar trancafiado num quarto de hotel com uma criança de 2 anos?? Portanto tivemos a sorte de contar com o carinho e hospitalidade da Britta que nos aturou o dia inteiro e ainda recebeu nossa amiga Melanie! Mas chegar em Bouillon e ter um quarto de hotel enorme e maravilhoso só para você também é muito gostoso! Enfim, minha dica é fazer um pouco de cada.
O primeiro apartamento que ficamos em Paris foi bem bacana. Ficar em apartamento também foi uma opção por conta do André. Você tem mais espaço, dá para cozinhar, dá para fazer alguma coisa em outro cômodo enquanto a criança dorme (coisa que não aconteceu conosco...rsrsrs), enfim, achei uma ótima opção. Recomendo!
www.yellowflat.com
O apartamento da volta foi mais ou menos, mas também atendeu nossas necessidades. Alugamos através de uma agência especializada:
www.parisdreamapartments.com
Quanto ao Couchsurfing, não tenho mais o que falar, é uma das melhores invenções do mundo. Já conhecemos pessoas fantásticas, outras nem tanto, mas a experiência geral é muito boa. Tanto que o casal que nos hospedou em Brugge ficou em casa há 5 anos atrás e mantivemos contato por todos esses anos!!! Vale a pena.
Em Bouillon, recomendo o hotel que ficamos:
www.hotelpanorama.com

O meio de transporte

Apesar de adorar viajar de trem, optamos por alugar um carro. Saiu mais barato e mais prático do que trem, principalmente com criança e bagagem. Te dá liberdade de horário e te leva de ponta a ponta. Mas dentro da cidade optamos por andar a pé e transporte público.
Mas para não ficarmos sem nenhuma viagem de trem, pegamos um trem de Dendermonde para Gent (45 minutos de viagem), só para satisfazer nosso desejo :)
Alugamos o carro na Europcar e o preço foi ótimo, ainda que o swrviço tenha sido meia boca. Primeiro porque alugamos um Xsara Gran Picasso e acabamos levando um Peugeot Touppe (é tipo um doblô, só que menos e com ridículos 70CV). Segundo porque nos deram a cadeirinha de tamanho errado para o André. Tentaram me empurrar um booster, que recusei, e depois vieram com a cadeirinha. Só depois de já estar na estrada foi que vi que era destinada a crianças com mais de 15kg. Nota zero para eles.

A bagagem

Definitivamente levamos mais coisa do que precisamos. Mas tendo em conta que foi nossa primeira viagem para fora com o Pitoco, melhor assim. Mas teria sido mais tranquilo com menos coisas, sempre é.
O carrinho foi útil, principalmente para o André fazer as sonecas da tarde, mas o resto do tempo a gente carregava ele a tôa. Nós levamos também o ergo baby carrier, que é um carregador de bebê e teria sido mais útil se não ocupass tanto espaço...acabamos deixando ele em casa a maior parte do tempo por falta de espaço para levá-lo quando saíamos de dia.
As minhas roupas deram certinho, e ainda não usei algumas coisas: vestido, shorts (levei 2 e só usei 1) e algumas camisetas.
O que foi mais útil? Medicamento para recompor a flora intestinal!!!! rsrsrsrs

Comidas

Eu estava um pouco preocupada com o que o André ia comer, mas no final deu tudo certo. Um pãozinho pela manhã, uma fruta comprada no mercado, um almoço de restaurante, uma quiche na hora que não dava para comer direito, uma comidinha caseira na casa dos amigos. Com um pouquinho de cada coisa deu para ele ficar bem alimentado, mesmo sentindo falta do arroz e do feijão. Sempre carregávamos um suquinho, uns biscoitos e fruta conosco para emergências.
Para nós foi tranquilo, mas não lembro de nenhuma refeição fantástica desta vez. Talvez só o flemish stew (Carbonnades Flamandes), que é um cozindo de carne da cerveja. No mais, pães e queijos fantásticos, muita batata frita e sobremesas e frutas deliciosas.

Bom, vou ficando por aí. Depois vou postando mais e adicionarei mais fotos.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Tá chegando a hora




De ir embora para o Brasil. Hoje é a última noite de nossa aventura na Europa, estamos em Paris novamente (chegamos ontem) e estamos aproveitando que o Pitoco dormiu cedo (i.e. 9pm) para arrumar as malas. Por isso esse post vai ser bem curto.
Mas para quem tiver paciência, o blog vai continuar por um tempo, com reflexões e dicas sobre a viagem, além de edições de postagens antigas, pois afinal muitas vezes a gente escreveu correndo e ficou mal escrito e faltando coisas. E também pretendemos adicionar mais fotos.
Para fechar com chave de ouro, passamos o dia num parque chamado Jardin D´Aclimatation que fica no Bois de Bologne. Como a Clau havia me dito, é um parque fantástico, dá vontade de voltar a ser criança. Passamos mais de 7 horas lá, o dia estava lindo e ensolarado (estamos todos queimados) e André amou tudo, até de mini montanha russa ele andou.
Enfim, foram 17 dias fantásticos, com muita coisa bacana, pessoas incríveis, comidas diferentes e muito pique! Mas confesso que já estou cansada em com saudades da minha casinha e dos meus gatinhos. Até sábado!

Na estrada novamente


Bom, para quem inda não percebeu, nosso blog às vezes tem um certo "delay", pois publicamos alguns posts que foram escritos dias antes. Esse de hoje foi escrito há dois dias.

Agora não mais numa autobahn alemã, mas já na Bélgica, a caminho de Bouillon.
Como a distância entre Colônia e Paris é quase 500km, escolhemos um lugar no caminho para passar uma noite e Bouillon fica exatamente no meio. Parece ser uma cidadezinha bem simpática, com um castelo, no Vale do Rio Semois na região das Ardénnes. Pena que está chuviscando e frio. Esse verãop europeu realmente é imprevisível.
Nossos últimos dias em Colônia foram tranqüilos. No dia em que chegamos o tempo estava lindo, quente e deu para aproveitar bastante e André até nadou numa das fontes que ficam na beira do Reno. Encontramos nossa amiga Melanie, que veio especialmente de Berlin para nos ver. Mas no dia seguinte o tempo virou completamente, muito frio e uma chuva interminável. Não deu para fazer nada e acabamos ficando na casa da Britta e do Heleno o dia inteiro. Essa é uma das vantagens de se hospedar com uma família, imagine ficar trancafiado num hotel num dia de chuva! E eles são super bacanas, mesmo com um dos filhos doente e passando a noite em claro eles ainda FIZERAM UM BOLINHO PARA OP André. No final do dia levamos a Melanie no aeroporto e demos umas voltas por lá para o André queimar um pouco de energia. Programa de dia de chuva!
Na segunda-feira (ontem) o tempo estava nublado mas sem chuva, então aproveitamos para conhecer melhor a cidade. A parte histórica é bem pequena, dá para conhecer rapidamente. O que gostei de Colônia foi o que vi no primeiro dia em que estava sol: pessoas na ruas, alegres, muitos grupos de música, a cidade fica com um ar festivo. Já nos dias de chuva não ficou tão interessante. Mas como sempre na Alemanha comemos muito bem e barato, mas as cervejas... depois de vir da Bélgica fica difícil.
André está super a vontade, ontem descobriu o chocolate (ganhou um kinder ovo no restaurante onde almoçamos – é costume na Alemanha e na Bélgica a criança ganhar um brinquedinho ou bala em cada loja que os pais vão) e ficou maluquinho. Cantava e dançava na rua, pulava, tava a mil por hora.
Nos despedimos da Alemanha e estamos quase no final da nossa viagem. Apenas mais uma noite na Bélgica e duas em Paris e bye bye, au revoir, auf wiedersein. E de volta à vida de sempre. Só quero ver como vai ser para readaptar ao fuso horário do Brasil novamente, já estou vendo o André acordando 3 da manhã e querendo passear...rsrsrs.

A foto desse post é na frente da catedral de Colônia.

domingo, 15 de agosto de 2010

Talk show

Meus amores Carol e André estão dormindo.

Nossos hosts Britta e Eleno e seus filhos Luca (doente do estômago – seria uma sina nesta viagem?) e o pequeno Noah descansando, afinal nessa noite em Köln, eu acho que fui o único que dormiu direito, o André acordava direto para mamar, deve ter achado o local ainda estranho, e o Luca com diarréia, bom....

Estamos em Köln. O Eleno é de São Luis – MA, e a Britta é alemã, apaixonada pelo Brasil. É o primeiro lugar que ouvimos o português.

Esse é o último lugar em que somos couch surfers. Nenhuma família nos receberá daqui pra frente. Ficaremos num hotel e num apart hotel.

Engraçado, quando estávamos em Paris, achamos que tínhamos reservado pouco tempo e lamentamos ter que sair.

Ao chegar na Bélgica, eu me surpreendi com Brugge (ou Bruges), gostei muito mesmo, achei que o tempo que reservamos para Paris era o suficiente. Nossos primeiros hosts: Marianne e Erik com sua simpatia e interesse ajudaram muito a gostar do local.

Em Dendermode, perto de Ghent e Bruxelas, fizemos muitas coisas interessantes. Nossos hosts Lieke e Peter e seus quatro filhos: Nina (14), Arne (9), Bavo (7) e a espoleta da Enea (4) e as crianças dos vizinhos, deixaram o nosso pequeno Andrézão super à vontade. Na casa uma infinidade de brinquedos. Peter é artista (pintor), seu ateliê também é na sua grande casa, ele é bastante culto e interessado. Lembra até um pouco o apartamento da Cláudia: um monte de crianças, um monte de paredes pintadas, muito barulho...

Peter e Lieke são pais que ainda conseguem tempo para conversar com os seus guests - não toda a hora, não terminando o assunto naquele momento, mas sem perder a simpatia e voltando ao assunto após atenderem às urgências de seus anjinhos somados aos vizinhos e ao André.

Mas o que conversamos tanto com os belgas?

Falamos muito sobre crianças pois estamos em casas de famílias com crianças, falamos muito sobre cervejas e suas histórias, chocolates e yogurtes a gente não fala, só compra em qualquer esquina e se derrete, mas o mais interessante: a Bélgica é um país atualmente sem governo.

Dá para acreditar no Brasil sem governo? Não, não... Dá pra acreditar no Brasil e seu governo? deixa prá lá... quem me conhece já sabe quem está escrevendo.

A gente podia exportar alguns dos nossos pra Bélgica, não? Não, a gente está começando a dar um jeito no nosso país, mas para isso não vamos avacalhar a Europa, deixa ela bonitinha para gente poder visitar de vez em quando. Um pouco de ordem e progresso é essencial, mesmo que não seja no seu país.

Esse blog é em português porque eu não diria isso a um gringo – isso vale para você, Ann!!!
Eu tento não desmoralizar o Brasil aqui fora, mas que dá vergonha, isso dá.

Back to Belgium, agora eu vou sacanear os europeus: Eita povo que se odeia! Em qualquer lugar e com um pouco de sensibilidade você saca... Sem preconceito, é fato.
Os belgas possuem duas línguas oficiais: o flamish (=dutch) e o francês, em algumas regiões ainda falam-se o alemão.

O resumo da briga é o seguinte: os flamish parlantes, querem a Bélgica toda falando o flamenco e os que falam francês, exigem que se fale francês em toda a Bélgica, até aí tudo bem, dá para cada um ficar no seu canto, a Bélgica morre e dois novos países surgem.

Problema: ambos querem Bruxelas como capital. Aí cria-se o impasse.

Aqui na pacata Alemanha, tudo em paz, uma tarde chuvosa e... Meus amores Carol e André ainda estão dormindo? Está na hora de acordá-los!!!

Auf wiedersehen.
Adivinhem onde estamos agora! Em plena autobahn na Alemanha. Mas não se preocupem, Nando está dirigindo direitinho enquanto eu escrevo no banco de trás e André dorme um pouquinho.
Saímos hoje de Dendermonde na Bélgica e estamos a caminho de Köln.

O dia ontem foi bem tranqüilo, resolvemos ficar na cidade mesmo e ter um dia mais calmo, para André poder dormir bem à tarde pois ele estava ficando cansado de não dormir direito.

Pela manhã fomos à loja de brinquedos local, que dá de 10 a 0 em qualquer uma do Brasil, para que ele pudesse escolher um presente de aniversário. Tinham tantos brinquedos que até nós ficamos perdidos, deu vontade de comprar metade da loja. Sem contar que os preços são muito menores que no Brasil. Acabamos escolhendo um carrinho e uma caixa de ferramentas de madeira. Depois passamos numa padaria, compramos um bolo para cantar parabéns para o André e voltamos para a casa do Peter e da Lieke.

O André dormiu, nós almoçamos e, enquanto eu fazia os brigadeiros e arrumando as coisas para a festa de aniversário, o Nando foi dar uma volta com o André. Acabaram voltando com um alforge (malas que são colocadas na garupa) para bicicletas, afinal de contas, aqui é o paraíso das bicicletas.

À noite cantamos parabéns e comemos bolo com brigadeiro, André brincou muito no pula pula e ficava tentando imitar tudo o que o Bavo (um dos filhos da Lieke e do Peter) fazia. Ele faz ginástica olímpica e, apesar de ter apenas 7 anos, dá um show no trampolim e o André ficou completamente fascinado por ele e achou que poderia imitá-lo, foi muito divertido.

No final da noite fomos a um evento local, era uma banda tocando músicas folclóricas irlandesas, holandesas e alemãs. Sabe aquelas músicas que fica todo mundo bebendo e batendo palma junto. Muito bacana. A cidade quase toda lá reunida, bebendo cervejas maravilhosas, Duvel e Westmalle em chopp entre outras. E comemos batata frita, é claro, que tem em todo lugar na Bélgica. Nós voltamos umas 11 da noite e André cantando na bicicleta feliz (nós fomos com as bicicletas deles emprestadas).

Na volta a Lieke passou rapidamente pela creche onde há um ano atrás um maluco entrou e esfaqueou duas crianças e uma professora. A filha mais nova dela estava lá quando aconteceu. No local as pessoas deixam vários (milhares) bichos de pelúcia e tem um monumento com mãos de crianças no gesso. A história é bem triste.

Em casa, o André dormiu e aproveitamos a noite quente e clara para ver algumas estrelas cadentes e tomar mais cervejas belgas, inclusive provamos a (melhor do mundo) Westvleteren, que só é vendida no monastério e é considerada por muitos a melhor cerveja do mundo.

Realmente maravilhosa, mas não sei dizer se é a melhor.

Vamos ter que comparar com as alemãs agora. Hohohoh.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

België (tirando o atraso do Blog)


No momento estou na sala com o pessoal de Dendermonde, um casal belga com 4 filhos e seus respectivos pais e a Carol está dando banho no André, mas até chegar aqui, temos muito pra contar...
Alugamos um carro em Paris, um Peugeot Teepee, por causa do espaço que precisamos para as malas atuais (e futuras) - brasileiros viajam como americanos, carregam mais do que precisam, por precaução. O carro não foi uma boa idéia pois não é confortável e sua velocidade máxima é 140km/h, porém é suficiente, pois não é permitido mais que 130km/h em qualquer local do caminho, muito diferente de quando chegamos a 210 km/h na Alemanha em 2007, apesar que, com o André, jamais faria isso de novo.
Bom, alugamos o carro e, domingo - 8\8, fomos direto pra Bélgica, pensamos em parar em Lilly, mas desistimos. Após 3h, chegamos à casa do Erik e da Marianne, oh so nice guys!!!
Fomos muito melhor recebidos que quando os recebemos no Rio.
Ficamos muito confortáveis em Veldegem, 10min de Brugge, e o André ainda pôde brincar com cavalos, ver ovelhas e vacas, abelhas do tamanho de um dedo, milho direto milharal e também ver a Carol tomar choque na cerca elétrica dos cavalos, assustando os cavalos as well.
Toda a noite, conversamos sobre diferentes assuntos e bebemos cervejas belgas e toda a manhã comemos os chocolates belgas e outras coisas que eles produzem com o leite que no Brasil infelizmente não fazemos idéia.
E o sol da Bélgica forte, estamos bronzeados, mas sem ficar suando... Eles tem um quintal no fundo da casa e ficamos ali, com o sol até às 22:00h, dá pra ficar sem camisa, se não ventar, porque o vento é gelado.
De Veldegem fomos para Oostende, é um praia do mar do norte, norte da Bélgica, a princípio fomos apenas para tirar uma onda, mas qual não foi nossa surpresa ao encontrar uma praia até simpática e com o mar numa temperatura aceitável. Pena que não fomos preparados para entrar no mar, mas o André já saiu tirando a roupa e se jogou na água. Em breve adicionaremos as fotos, que estão fantásticas.
De Oostende viemos para Dendermonde, onde estamos agora. Para localizar um pouco, fomos no dia 8 para Veldegem e ficamos até o dia 11. No dia 11 visitamos Oostende e à noite chegamos em Dendermonde. Hoje é dia 12/08, aniversário do André de dois anos. Mas o parabéns mesmo vai ser amanhã, com direito a brigadeiro e tudo. Presente mesmo não conseguimos comprar ainda, entramos em lojas com coisas fantásticas, mas como levar para o Brasil?
Hoje passamos o dia em Ghent ou Gand como é chamada em flamenco. A cidade é muito bonita, com um castelo medieval chamado Gravestein, é uma cidade universitária e, nessa época, fica repleta de turistas e não de estudantes, a Carol achou que as lojas lembram muito os EUA...
Dessa vez fomos de trem e tram, e deixamos o carro em Dendermonde, eu acho que ir à Europa e não andar de trem e tram é como beber Duvel num copo de requeijão. André adorou o passeio, o trem, o castelo. Ele está um menino muito esperto, razoavelmente tranquilo e cada dia aprende uma coisa nova. Hoje ele usou uma camiseta que compramos para ele em Brugge e toda hora ele olha para ela e diz "Bruggi". Muito lindo!
Ao final do dia compramos uns queijos numa feira internacional que estava tendo em Ghent, e trouxemos para comer junto com os hosts e seue parentes. Eles adoraram.
Amanhã não sabemos o que fazer. Damos um pulo em Bruxellas, em Antuérpia ou voltamos para Ghent? Vamos pensar nisso enquanto tomamos uma Chimay. C´est tout.

Sobre as pequenas coisas


Bom, já são tantos dias sem escrever no blog que nem sei por onde começar. Ficamos sem conexão desde que viemos para a Bélgica e só hoje que realmente sobrou um tempinho para escrever. Pois até agora nosso Pitoco, ao contrário do esperado, passou o tempo todo ligado no 220V e sem dar uma trégua para nós. A viagem, ao invés de ser cansativa para ele parece que o deixa excitadíssimo e ele não tem dormido quase nada. Sem contar que até agora ainda não se adaptou ao horário local, então todo dia é a maior pilha até meia-noite. Hoje foi o primeiro dia que ele dormiu às 10j. Ufa!
Bom, recapitulando: estávamos em Paris, num dia tranqüilo e bem devagar para podermos nos recuperar. Passamos o dia quase todo no apartamento, só saímos para comprar coisas por perto. Só no final da tarde, todo mundo descansado, fomos para a Torre Eiffel. Sentamos no gramado, tiramos fotos. Um dia lindo e quente. Depois fomos dar uma volta no Sena, pensamos em pegar um daqueles barcos mas acabamos desistindo. Voltamos para a torre pois estava escurecendo e queríamos ver a torre piscando novamente. No caminho de volta paramos para assistir 3 rapazes dançando “street dance” e resoli filmá-los. Quando coloquei a mão na bolsa percebi que ela estava aberta e gelei. A câmera nova e a carteira estavam lá, mas a Câmera antiga tinha sumido. Procurei na mochila, no carrinho e nada. Ficamos desolados não só pela Câmera, mas principalmente por todas nossas fotos. O Nando perguntou se não teríamos esquecido na grama, mas eu tinha certeza eu tinha sido roubada. Mas mesmo assim resolvemos refazer nosso trajeto e quando chegamos perto do lugar onde tínhamos parado um rapaz aparece na nossa frente e diz “eu tenho o que vocês estão procurando” e segurou nossa câmera. Eu fiquei totalmente bestificada. Ele disse que achou-a no chão e imaginou que nós íamos voltar, então ficou nos esperando e olhou as fotos para saber de quem era. E ainda pediu desculpas por ter olhado as fotos. Ele nos reconheceu por conta das fotos do André. Eu comecei a chorar de tão emocionada que fiquei. Ele nos esperou por mais de uma hora no local para devolver a máquina. Foi uma daquelas pequenas coisas que acontecem que marcam muito mais do que ver a Torre Eiffel ou qualquer outro monumento. São coisas que acontecem que nos fazem lembrar que existem ainda pessoas boas no mundo. Só fico triste de ver que minha mente já é tão deturpada pelo mundo violento em que vivo, que a possibilidade de não ter sido roubada nem passou pela minha cabeça.

Tiramos mais fotos, esperamos a Torre ascender suas luzes e piscar e quando terminou André queria mais. Explicamos que tinha acabado e que só no dia seguinte, e André pela primeira vez começou a conectar sujeito e verbo e voltou para casa repetindo “brilhar acaboooo”.



PS: Essa foto foi uma das que tiramos logo antes de perder a máquina fotográfica.